dezembro 21, 2007

Malas e aviação

Já no aeroporto de Porto Alegre, olhava para a esteira que traz nossas malas e via uma quantidade grande de pessoas com aquelas malas “envelopadas”. Mais ou menos como pegar um daqueles rolos de filme plástico transparente que se usa na cozinha e usá-lo como um maníaco para cobrir sua mala. Imaginava que tipo de experiência, ou que tipo de coisa carregaria, uma pessoa que se presta a pagar pra envolver sua mala em um filme plástico.

Logo depois de chegar em casa com minha mala descobri que tipo de pessoa faria isso: as que já foram roubadas, como foi o meu caso.

Chegando em casa, percebi que não estava mais na minha mala meu barbeador elétrico. Imediatamente descartei a hipótese de tê-lo esquecido porque simplesmente lembro-me perfeitamente de tê-lo botado (por último) na mala e fechado o ziper.

Fico imaginando que tipo de pobre coitado carregador de malas rouba um barbeador elétrico (que eu havia ganhado da minha vó há pelo menos 10 anos). Certamente deve ser um discidente do PT que, servindo de chacota para seus confrades, decidiu finalmente agir:

- Ô, Barba, pega essas malas aí, só não leva junto esse gambá que tu tem na cara porque é proibido levar no compartimento animais silvestres.

“Ahahahaha”, todos riam. Menos Barba.

- Ô, Barba, o chefe decidiu dar um dia de folga pra ti. O Lula tá vindo no avião e ele quer trocar uma idéia contigo.

“Ahahahaha”, todos riam. Menos Barba.

Tendo a oportunidade a sua frente, finalmente ele decidiu roubar meu barbeador elétrico. No outro dia, nunca mais seria chamado de “Barba”. Nunca mais. Tudo graças a esse pobre viajante da Gol Linhas Aéreas que decidu serviu de Papai Noel, mesmo que contra a vontade.

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É, eu sei que é só um carregador de malas filha da puta que atira nossa bagagem com mais força quando está escrito “frágil” só pra tirar uma onda. O caso é que pensar nessa história me deixa menos puto da vida.