
Pelo menos na superfície.
Porque na Londres-de-baixo, a Londres construída como um labirinto entre esgotos, galerias subterrâneas e estações de metrô desativadas ou não, todos podiam vê-lo, ainda que em geral o ignorassem. Essa outra Londres de pessoas que podiam falar com ratos, de reinos e baronatos subterrâneos, de povos estranhos, de monstros repulsivos ou vestidos em seda, de caçadores, de pessoas com poderes especiais, tudo longe dos olhos dos habitantes da Londres-de-cima, é onde ele precisa se virar, se adaptar a maluquice e estranheza (muito mais do que a da Londres que conhecemos).
Pra sobreviver nesse outro mundo, Richard precisa reencontrar Door, a mendiga que ele socorreu e que parece ter desencadeado todo o problema. Porém, achar Door não seria o maior dos seus problemas, na verdade eles ficariam realmente maiores depois de encontrar a jovem, pertencente a uma importante família da Londres-de-baixo que fora recentemente assassinada por dois psicóticos que ainda estão no encalço dela.
Não é a toa que Neil Gaiman é considerado um dos escritores vivos mais influentes e imaginativos.
Lugar Nenhum é o primeiro livro dele, mas na minha opinião não tem nada de “primeiro livro” nele, até porque Gaiman já tinha escrito Sandman que, apesar de ser em quadrinhos, ganhou inúmeros prêmios de literatura. Bom, pra falar bem a verdade, Neverwhere, antes de ser um livro, foi uma série de TV que ele escreveu pra BBC.
Resumindo: achei melhor que “Os Filhos de Anansi” e “Belas Maldições”. Neil Gaiman é foda e ponto final.
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