outubro 28, 2007

Lugar Nenhum (Neverwhere)

“O tipo de livro que Terry Pratchett escreveria, se passasse um mês trancado em um porão com Franz Kafka.” - Wired

Richard era um desses empregados de escritório londrino: trabalhava em um emprego que não era ruim, mas não era bom, tinha uma noiva meio mala, mas que era bonita, um amigo, mas que também não era lá grandes coisas. Tinha uma vida normal, até que uma desconhecida moradora de rua atravessa seu caminho sangrando. Depois de socorrê-la, tornou-se como que invisível para as outras pessoas e os poucos que podiam vê-lo não se lembravam mais dele. Não tinha nem pra onde ir, pois seu apartamento fora alugado para um casal e no seu antigo emprego ninguém tinha ouvida falar de Richard. Sem identidade, Richard não existia mais.

Pelo menos na superfície.

Porque na Londres-de-baixo, a Londres construída como um labirinto entre esgotos, galerias subterrâneas e estações de metrô desativadas ou não, todos podiam vê-lo, ainda que em geral o ignorassem. Essa outra Londres de pessoas que podiam falar com ratos, de reinos e baronatos subterrâneos, de povos estranhos, de monstros repulsivos ou vestidos em seda, de caçadores, de pessoas com poderes especiais, tudo longe dos olhos dos habitantes da Londres-de-cima, é onde ele precisa se virar, se adaptar a maluquice e estranheza (muito mais do que a da Londres que conhecemos).

Pra sobreviver nesse outro mundo, Richard precisa reencontrar Door, a mendiga que ele socorreu e que parece ter desencadeado todo o problema. Porém, achar Door não seria o maior dos seus problemas, na verdade eles ficariam realmente maiores depois de encontrar a jovem, pertencente a uma importante família da Londres-de-baixo que fora recentemente assassinada por dois psicóticos que ainda estão no encalço dela.

Não é a toa que Neil Gaiman é considerado um dos escritores vivos mais influentes e imaginativos.

Lugar Nenhum é o primeiro livro dele, mas na minha opinião não tem nada de “primeiro livro” nele, até porque Gaiman já tinha escrito Sandman que, apesar de ser em quadrinhos, ganhou inúmeros prêmios de literatura. Bom, pra falar bem a verdade, Neverwhere, antes de ser um livro, foi uma série de TV que ele escreveu pra BBC.

Resumindo: achei melhor que “Os Filhos de Anansi” e “Belas Maldições”. Neil Gaiman é foda e ponto final.

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