Pardais eletrônicos são como pardais normais, só que em vez da merda cair aleatoriamente no seu ombro, agem com uma precisão de míssil inteligente (sic), multando o infrator velocista. Deixando de lado o fato óbvio de que a maior preocupação dos pardais eletrônicos é arrecadar grana, qual seria o objetivo de usar isso por aí? Reduzir a velocidade, acredito eu.
Pardais eletrônicos são a maior prova de que quando as pessoas se focam no problema, elas acabam resolvendo as coisas de um jeito estúpido, como naquela velha história sobre EUA e Rússia e a necessidade de escrever no espaço. Não sabe essa? Bom, resumidamente é assim: Canetas esferográficas não escrevem no espaço porque precisam de gravidade, Estados Unidos gastou zilhões de dólares pra fazer uma caneta que funcionasse, a Rússia simplesmente usou um lápis. Lenda ou não, isso ilustra bem os pardais eletrônicos e o problema de “como reduzir a velocidade se não há ninguém olhando”? Mais ou menos como jogar strip pôquer com um cego - como saber se ganhou ou perdeu? Como saber que meu adversário tirou a roupa? Como?
Aí inventaram um detector maluco que fica nas árvores calculando a velocidade. Fabricação e instalação, mais provavelmente a necessidade de manutenção intensa, então o custo deve ser alto. Além disso, uma vez que você conheça a localização do pardal ele perde o efeito - quem nunca grudou o pé no acelerador depois de um pardal que atire a primeira pedra.
De toda forma, no último engarrafamento bolei um método milhões de vezes mais eficaz para reduzir a velocidade dos motoristas e zilhões de vezes mais barato. Chamei de “a curiosidade matou a velocidade”.
Fenômeno simples: é da natureza prestar atenção na desgraça alheia, seja para comover-se, ajudar ou simplesmente tirar uma onda pelas costas, o importante é que TODO MUNDO reduz a velocidade pra ver um acidente de carro. Calma, não estou sugerindo botar carros batidos por aí, o trabalho seria imenso. O que eu sugiro é muito mais simples:
Espalhar pedacinhos de plástico e vidro que resultam de batidas de carro pelas ruas que queremos que se diminua a velocidade. Não se engane, não é necessário haver carro por perto, testei isso hoje, todo mundo reduzia muito a velocidade só por causa de pedacinhos desse troço no chão, sedentos pela visão de um acidente.
Além da vantagem de ter um custo muito menor (só passar num ferro velho ou coletar de acidentes de verdade e ir estocando), é móvel, fazendo o fator surpresa estimular a veracidade para os motoristas, maximizando o resultado.