Um soldado americano descia as escadas de um dos palácios invadidos de Saddam Hussein. Descia assoviando “New York, New York” com o Arabian Times do dia dobrado debaixo do sovaco. Tinha uma expressão de alívio fora do comum, não que a guerra estivesse fácil, mas de fato cagar em um vaso de ouro aproximava qualquer um do paraíso - ditador ou soldado.
De repente o soldado percebeu que seus companheiros de pelotão haviam dado no pé enquanto ele estivera libertando da prisão de ventre sua comida de militar. Foi até a rua e não achou ninguém, nem mesmo o jipe. Olhou em volta e só percebeu a emboscada quando era tarde demais. Três insurgentes surgiram do nada, todos vestidos com turbantes e com dinamites amarradas em volta do torso. O primeiro atingiu o rosto do soldado com uma marreta, fazendo-o cair no chão não sem antes descrever um semicírculo com o impulso que o golpe de marreta, de baixo pra cima no queixo, causou.
Os 3 insurgentes chutaram e quebraram cada centímetro do pobre soldado americano que jazia no chão, cujo uniforme cáqui foi pintado de vermelho pelo sangue de seu dono. Ainda que a violência tenha sido extrema, o soldado não admitiu que os 3 iraquianos o haviam violado, mas o relatório não deixava dúvidas, até o brioco do pobre fizeram.
O soldado ficou estirado no chão, gemendo, com as calças arriadas, sangrando, uma fratura exposta, enfim, mais escangalhado que puta depois de apedrejamento público.
Algumas horas depois, o soldado ainda no chão, mais morto que vivo, um sacerdote de uma religião aleatória passou por onde estava o homem sangrando no chão, percebendo que ainda estava vivo, limitou-se a pensar:
- Pobre sujeito, mas quem tá na chuva é pra se molhar. Vou me mandar daqui e que deus o ajude, porque eu é que não vou.
E saiu, apertando o passo com medo de que pudesse ter o mesmo fim do soldado.
Mais um tempo passou e um soldado inglês apareceu por perto do soldado americano, mais pra lá que pra cá, o inglês correu pra perto do seu companheiro de luta americano, deu uma boa inspecionada no moribundo, olhou em volta rapidamente para ver se havia alguém que lhe pusesse a vida em perigo no perímetro e pensou “meu saco se eu vou ter o mesmo fim que esse, mate, tô fora” antes de sair correndo, deixando o americano ali mesmo onde estava sem socorro algum.
Foi aí que um iraquiano muito simples avistou o homem caído no chão. Aproximou-se e constatou que era um americano, ainda que fosse inimigo, ninguém merecia ficar a própria sorte para sofrer até morrer. Há quantas horas o pobre soldado estaria no chão? Aquilo não podia continuar.
O iraquiano abriu sua bolsa e deu 6 vezes 6 mais 6 tiros na cara do americano com sua 9mm.