outubro 04, 2007

Sobre ordens secretas e rituais bizarros

No qual livro o mundo de sua destruição total (sem querer) usando nenhuma roupa e com um problema que nunca me aconteceu antes. Repito: nunca me aconteceu antes, ok?

Se o homem não tivesse sido curioso o suficiente para ver o que aconteceria se colocasse seu instrumento em uma mulher que dava sopa ao recolher algo no chão, é provável que não estivéssemos aqui até hoje. A curiosidade sempre moveu o mundo. Bem, a curiosidade e o movimento de rotação e translação. Mas é da curiosidade que estou falando agora – porém em breve o eixo de rotação e translação também entrarão na jogada.

Aproveitando-se da curiosidade natural dos humanos, as sociedades secretas angariam diversos seguidores dia após dia. “Afinal, o que há em uma reunião de pessoas em sociedade?”, “Ó, é algo terrivelmente misterioso”, dizem os asseclas da sociedade secreta. - e logo logo você estará curioso para saber qual o aperto de mão secreto que usam para se reconhecer ao redor do mundo e, voilá, você é parte da sociedade secreta só por ser curioso demais.

Foi o que aconteceu comigo.

Ok, mas aí você poderia simplesmente conhecer o segredo e sair fora, certo? Errado, os caras não são amadores, há segredos dentro de segredos. Quando lhe é revelado um segredo, surge outro para lhe encafifar e fazer você continuar se movendo na hierarquia secreta da ordem. “Bom, isso não pode durar pra sempre”, pensei, “uma hora ou outra vão ter que me revelar o supersegredo”, então para isso me dediquei afu para avançar nas fileiras hierárquicas da Secreta Ordem Secreta e Discreta dos Lapidários da Pirâmide. Aprendi sobre as pirâmides maias, egípcias, brasileiras, japonesas, aprendi sobre as linhas de Ley, sobre o poder dos sólidos de Platão, sobre como escolher o lúpulo certo para fazer uma sagrada cerveja, enfim. Avancei tanto que não demorou nem 20 anos e lá estava eu atingindo o grau de Venerável Paladino Triangular do Mestre da Torre de Babel Norte.

- Filho de Platão, Sacerdote das 3 pontas do Sagrado Triângulo, eu te concedo o grau de Venerável Paladino Triangular do Mestre da Torre de Babel Norte. Toma, pega teu venerável cinturão de Órion. - disse-me o Venerável Mestre da Torre de Babel Norte.

- Obrigado, ó Venerável Mestre, eu me sinto muito honrado. - disse eu, ajoelhado.

- Levanta-te, Venerável Paladino Triangular do Mestre da Torre de Babel Norte, você agora é um dos membros do Grandioso Círculo Triangular da Secreta Ordem Secreta e Discreta dos Lapidários da Pirâmide. És, agora, um de nós. Bem-vindo, irmão.

Levantei-me e trocamos o aperto de mão ritual secreto. Não demorou muito para que todos os outros irmãos da alta cúpula da ordem, os membros do Grandioso Círculo Triangular, que estavam presentes na cerimônia, me felicitassem com fraternos abraços secretos da ordem. Também não demorou nada para que colocássemos a Santa Carne no espeto e bebêssemos a Sagrada Cerveja de Hermes Trismegistus.

Enquanto bebericávamos e comíamos a carne picada como aperitivo, cheguei do lado do Venerável Mestre, já meio afetado pelo sacro excesso de cerveja, e perguntei-lhe sem muitas rodeios:

- E aí, mestre parceria, qual o segredo da ordem então?
- Ah, é o máximo você vai adorar. Ei, Paladino Carmesim do Fogo Encantado, nosso amigo Venerável Paladino Triangular quer saber o grande segredo. - Disse o Mestre abraçando-me com uma mão e chamando o Paladino Carmesim do Fogo Encantado, um sujeito alto e com uma espessa barba morena, com a outra. Este aproximou-se sorrindo e dizendo:
- Ah, a coisa toda é o máximo, o máximo. Vamos fazer o Grande Ritual quando as 28 constelações estiverem no alinhamento do Hexaedro Perfeito de Hermes, coisa que só acontece a cada 1 trilhão de anos.
- Ah, e quando será o próximo?
- Amanhã!
- Opa, que maravilha! Então tive sorte de ser promovido hoje, heim? - Respondi-lhes animado com a perspectiva de estar no Grande Ritual em um alinhamento tão bizarramente raro.
- Sorte não, amigo Paladino Triangular, sorte não, destino. - Disse-me em tom de mistério o Mestre.

Sorri para os dois e decidi investigar mais:

- E pra que serve esse ritual?
- Ritual não, GRANDE Ritual. - Me respondeu o Mestre, enfatizando o “grande”.
- Isso, isso, pra que serve esse Grande Ritual?
- Ora, para o que viemos nos preparando há trilhões de anos em nossa sagrada e venerável ordem.
- Que é?
- Não é óbvio? A destruição do mundo!
- Heim?
- Isso aí, parceiro, vamos destruir o mundo com nosso Grande Ritual. O Grande Ritual só é possível quando as 28 constelações estiverem no alinhamento do Hexaedro Perfeito de Hermes e você tem sorte, pois será amanhã e você representará o Bastão Filosofal de Matusalém no ritual.
- Heim? Eu?
- Tu, tu mesmo, Venerável Paladino Triangular do Mestre da Torre de Babel Norte.

Engoli em seco.

- E o que eu tenho que fazer?
- Muito simples. Na hora exata do alinhamento, você, que será o Bastão Filosofal de Matusalém, precisará transar com uma virgem de 18 anos, que representará a Mulher Escarlate.
- Como é, eu preciso transar com uma virgem?
- É.
- Olha, não é tão mal quanto eu pensei. Sabia que esse troço de ordem secreta teria que ser útil.
- Só tem um problema, amigo Venerável Paladino Triangular do Mestre da Torre de Babel Norte.
- Eu não faço fio terra não.
- Não é isso.
- Nem curto a merdofagia.
- Nós também abominamos essa prática, pois assim está escrito no Livro Marrom.
- Então qual o problema?
- Bom, você vai ter que tomar a virgem escarlate na mesa ritual de churrascos rituais.
- Eu até curto um sexo sobre a mesa, não é problema, Mestre.
- Bom, o problema não é a mesa, mas que todos nós vamos estar em volta, cantando a secreta e sagrada canção do acasalamento de júpiter e marte.
- Hm, vocês vão me ver peladão?
- É.
- Puxa, que droga. Mas é sério mesmo, o mundo vai acabar?
- É, vai.
- Como?
- O ritual pára o movimento de translação e rotação da Terra, em poucos anos tudo virará um caos e todo mundo morrerá.
- Puxa vida, mas que droga de fim para a vida na Terra. Se ainda fosse um inverno nuclear. Escuta, a virgem pelo menos é gostosa?
- Ô, é a própria Vênus.
- Bom, então eu topo, se é pra morrer, que seja com uma gostosa.
- Assim que se fala, irmão.
- Tá, tira a mão daí, o ritual é amanhã, Mestre.
- Ops, desculpe.

No dia seguinte, usando apenas meu venerável cinturão de Órion, adentrei a sala de rituais e lá estava, sobre a mesa, uma mulher gostosa de dar dó. Era jovem, tinha recém completos 18 anos, totalmente nua, pernas abertas, pequenina, toda mignon, mas com carne suficiente onde interessava, não tinha um pêlo no corpo, só os cabelos da cabeça. Aproximei-me, ela disse:

- Ó, Bastão Filosofal de Matusalém, a hora chegou, possua sua virgem, sou sua mulher escarlate.

Não disse nada, não sabia o que dizer. O Mestre sussurou:

- Você deve dizer “meu bastão quer conhecer você”.
- Quê?
- “Meu bastão quer conhecer você”. - sussurrou-me ela, entendida do assunto.
- Ah, meu bastão quer conhecer você. - disse.
- Venha aqui que eu lhe darei o sagrado boquete para que esteja preparado na hora correta.

Ela começou a me chupar. Apesar da vergonha terrível de estar nu no meio de um monte de malucos de uma sociedade secreta que cantavam entusiasmados, meu bastão começou a dar sinal de vida. Afinal, não há morto que não se levante com uma boa chupada. Eu olhava o cronômetro digital gigante na parede, seus números decresciam, segundo por segundo, ali dizia que faltavam 10 minutos e 36 segundos para o momento da cópula, cujo alinhamento das costelações, que só se repetiam a cada 1 trilhão de anos, proporcionariam o fim do mundo. A virgem continuava me chupando, nessa altura já estava numa nice, até que senti uma fisgadinha no meio do “bastão”.

- Ops - pensei - agora não, ainda faltam, 10 minutos. A menina estava fazendo um bom trabalho, talvez bom de mais para uma virgem. O relógio parecia não andar. Ó, meu deus, 9 minutos e 44 segundos. 9 minutos e 29 segundos. 9 minutos. 8 minutos e 55. 5 minutos e 10 segundos. 1 minuto. 45 segundos. Ai ai ai, socorro, passa tempo, passa tempo.

Faltando 10 segundos para o abate ritual final, de repente a virgem engasgou, se afastou de mim e começou a cuspir.

- O que houve? - perguntou o Mestre para mim.
- Ahn... sabe... problemas.
- Que problemas, homem?
- É que eu fiquei nervoso com toda essa gente olhando e o tempo correndo.
- E daí?
- Ahn... ejaculação precoce.