
Fabi e Rivo moram juntos, são felizes. Claro, nenhum dos dois é fácil de conviver e têm lá suas rusgas, escaramuças e toda essa chinelagem, mas nada sério. Nada sério mesmo. Quer dizer, só uma vez, mas acabou tudo bem. Um dia a Fabi liga pra ele, diz que está grávida. Rivo chora, acende charutos, bebe, enfim, faz coisas de Rivo. Eu infelizmente estava em outra cidade e não vi nada disso. A criança nasce, tem olhos puxados, é claro, mas puxa bastante pelo Rivo e parece mais um vietnamita do que qualquer outra coisa. Os pais acham o máximo, é claro. A criança é uma pestinha estriquinada, mas muito fofa. Alguns advertem o Rivo que ele tem que fazer menos as vontades da criança. Bom, isso ele aprende depois.
Bem depois. Mas aprende.
Eles são felizes juntos, uma grande família feliz (já falei sobre aquela discussão acalorada em que o Rivo teima em ter mais um filhote?). Na casa dos avós comem peixe cru, na casa dos outros avós comem feijão com arroz. Fabi cuida para a criança não ficar gorda, “não é pra dar tanto doce, Rivo!”, tsc, tsc. Talvez o único problema seja a falta de planejamento, mas ambos são flexíveis o suficiente para resolver as questões. Em nenhum jardim só tem rosas, mas podemos dizer que a vida deles é massa. O segredo é simples: amor e paciência, o resto vem com o tempo. Não foram felizes para sempre, isso eles deixam pra lá, se preocupam apenas em serem felizes a cada dia. E são.