janeiro 24, 2007

Entrevista com Endrigo Pancholoco

É bem provável que tu não conheça meu passado obscuro, afinal, como a palavra mesmo diz, é obscuro. Mas fui jornalista há alguns anos de uma finada revista underground do México (ao menos era de onde vinham os cheques, nunca vi uma edição impressa da Tijuana Bibles - o nome da revista). Acontece que uma das mais mitológicas entrevistas que realizei jamais foi impressa (nunca entendi direito o motivo, mais sei que tinha algo a ver com Fidel Castro, Bush pai e Zélia Cardoso).

Então, pra deleite da massa hispânica, publico na íntegra a entrevista com nada mais nada menos que um dos mais importantes escritores mundiais, Endrigo Pancholoco, autor de, entre outros, Necronomicom parte II, Orangotangos & Nicarágua, Quando a bala come e, claro, o eterno e sempre atual Medieval, eu? E você que ainda usa isqueiro...

Vamo lá:

Logo ao entrar na casa de Dom Pancholoco notei um baseado gigante, no mínimo 10cm de diâmetro por quarenta de comprimento, em um pedestal de ouro que provavelmente abrigava antes uma katana Hattori Hanzo. Quem disse que a suprema chinelagem não condiz com o extremo chique?

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Então, como é que é, meu?

É isso aí...

Seguinte, qual o lance do seu último livro, como se chama mesmo...

Salsifufu Goes to Niterói com Sal Paradise e Jack Sparrow

Isso aí. Então, qual é?

O livro faz um paralelo entre a metáfora hiperbólica que Jack Sparrow utiliza em On The Road (na figura de Sal Paradise) e a santa ceia do Bozo onde Salsifufu fazia o papel de Judas, o Escatológics.

Pera aí, ô Ernesto...

Endrigo...

Endrigo... quem escreveu On the Road não foi Jack Sparrow, foi Jack Kerouac.

Eu sei, é que Jack Sparrow é o alter ego de Sal Paradise, que por sua vez é de Jack Kerouac.

Quê? Bem, deixa disso. De onde você tira inspiração para seus livros?

Mulheres.

Tipo musas inspiradoras?

É, mais como putas inspiradoras.

E qual o processo criativo?

Bom, eu transo com a mulher, aí durmo e acordo feliz, pronto pra escrever. Vai um LSD aí?

Opa...

Então desliga o gravador.

Feito.

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Aí depois disso Endrigo Pancholoco se transformou no Pé Grande, que procurava uma pedicuro que aceitasse trabalhar em seu gigantalhusco pé sem cobrar 2x o prêmio da Megasena. Tentei ajudá-lo, por isso tive que encerrar a entrevista.