agosto 22, 2006

“Arigatôôôô, gatinháááá”

Domingo, como todo bom domingo, havia ANCORADO na cadeira do computador esperando o tempo passar com joguinhos, MSN ou trabalho, quando pensei “hm, num dia tão bonito e ensolarado, por que diabos eu não vou pra um parque?”, eis que eu mesmo me respondi “porque eu não sou um maldito hippie MALABARISTA-WANNA-BE”. Mas aí uma amiga minha me convidou pra ir no gasômetro, onde, além de sol, grama e MALABARISTAS AMADORES, haveria uma exposição sobre os 50 anos da imigração japonesa no Rio Grande do Sul.

Olha, os japoneses sinceramente não me interessam tanto assim.

Mas as JAPONESAS, essas sim, meu confrade, me fazem pensar muito em dar uma orientada no meu ocidente. Pra meu desespero, além de existirem poucas japas nessa minha Porto Alegre, parece que a concorrência é forte, porque quando cheguei lá, a primeira coisa foi tentar entrar na Usina do Gasômetro, onde estava a concentração de japinhas gatuxas - e mais UM TRILHÃO DE PESSOAS amontoados tentando, ao mesmo tempo, ENTRAR e SAIR (e não estou falando do bom e velho ZIG ZAG INSANDECIDO DO TIGRE E O DRAGÃO, que seria ótimo).

Mas não desisti, me vesti de coragem (e muitas roupas e blusões e jaquetas, porque tava frio demais) e fui furando o bloqueio de pessoas que se amarrotavam pela ÚNICA entrada disponível na Usina do Gasômetro por algum motivo. Acho que eles queriam que as pessoas provassem um pouco do que é sentir-se enlatado nos metrôs de Tóquio.

Faz todo sentido. Ainda que eu aposte em pura desorganização tupiniquim - afinal, não há japonês que, nascido no Brasil, não seja um pouco estragado pelo jeitinho malandro de deixar o samba correr solto.

Logo nos primeiros 10 minutos de fila e espreme-espreme do corredor de entrada da Usina eu já havia me arrependido de estar ali. Tudo que eu havia visto até então eram tias gordas, velhas de bengala, velhotes com chapeis de pescador que combinavam com sua jaqueta e uma banca, já no início da exposição japonesa, que vendia revistas dos CAVALEIROS DO ZOODÍACO sendo AGENCIADA por um rapaz, não-oriental, com um chapéu em forma de ESQUILO ou ORNITORRINCO, não pude identificar.

Dei meia volta a enfrentei mais 10 minutos de natação contra a corrente do mar de pessoas que tentavam entrar, sem grande sucesso.

Fui pro sol e aproveitei com os amigos os prazeres naturais do gramado do gasômetro: mendigos rastejando, crianças jogando bola (contra nós que estamos sentados), fedor de maconha & derivados incendiários e MALABARISTAS AMADORES - a escória da humanidade.

Depois de aproveitar o calor solar, precisávamos zarpar logo daquele porto. Sem sol, o vento da beira do rio não rolava. Finalmente entramos na exposição japonesa, já menos cheia.
A exposição em si não tinha muita coisa que tu jamais viu por aí em um artesanato mezzo-chinês, mezzo-japa, mezzo-indiano, mas a maior atração do troço era sem dúvida a quantidade de gueixinhas gatuxas que CROWDEAVAM a antiga usina.

Vou te dizer, uma paixão a cada passo.

Quase que perdi os critérios e usei o CHAMEGO CONSTRUÇÃO CIVIL que entitula este post.

Quase.

* a foto ali em cima foi roubada dela.