janeiro 12, 2006

Velhos amargos de uma doce vida com zero-cal no lugar de açúcar

Quando adultos, lá pela quarta década de existência, talvez mais, será que olharemos pra trás e nos envergonharemos de todos os porres, fodas em banheiro de danceteria, drogas leves ou pesadas, amores pra vida inteira que duraram 3 meses, crença de que o comunismo é a solução para os problemas do mundo, crença de que alguma forma de governo é a solução pra humanidade, achar que o problema é sempre dos políticos e trocando-os por bons políticos tudo vai dar certo daqui a 4 anos, marcas mais caras que produtos, acordar em uma casa estranha com uma pessoa que não se conhece do lado e com marcas que não foram feitas por você ou beber até cair de cara na areia? Vergonha? Talvez não vergonha, mas sim uma grande gargalhada da patifaria desnecessária, do vantalismo no telefone público, da discussão com o vizinho por causa de uma festa, das longas noites sem fim que sempre acabam com uma camisinha aberta em algum lugar qualquer, do filme ruim no cinema que só serviu de abrigo para a mais pura chinelagem, do troca-troca de almas perdidas, dos dias de ressaca, dos almoços sem fome de sábado, do motel caro, do motel barato, do suor absurdo em uma danceteria no verão, do frio idiota do bar na rua no inverno, das chuvas que não nos protegemos pelo prazer de molhar, das gripes mal curadas, dos amores mal vividos e das paixões bem sangradas. Talvez nada disso. Nem riso, nem vergonha, nem choro, nem lágrima, nem saudade, nem nada, mas sim algo que ainda ei de descobrir.