novembro 10, 2005

Tela em branco

É verdade que todo escritor, com ou sem o dito talento, com ou sem sucesso e, principalmente, com ou sem espinhas (ainda que os com espinham estejam em larga vitória numérica nesse quesito), já escreveu sobre a falta de imaginação, o medo do papel (ou tela) em branco, o problema da primeira frase e a retórica atômica de Trivin Uberland. Mas (a frase a seguir também já foi dita milhões de vezes), pra mim isso tem um significado diferente. Porque desde 28 de setembro que eu não escrevo nada que tenha alguma coisa a ver com uma história ou literatura ou um simples postzinho pra agradar as vovós deprimidas que navegam pela internet tentando dominar a labirintite neste labiríntico mar de chavões e bla bla que se usa pra definir a internet.

É verdade que eu poderia falar sobre os aguários, aqueles estranhíssimos e fascinantes seres feitos de água. É verdade que eu poderia dar continuidade a ópera que venho mentindo escrever mentalmente. É verdade que poderia continuar copiando as páginas do Desventuras em Série, misturando-as com O Código Da Vinci (é junto ou separado? Whatever, todo mundo sabe quem é) e arrematando com frases de efeito da Bíblia, mas, mesmo que ninguém notasse o plágio, não está ficando muito bom, falta um pouco de Bukowski ou até mesmo os Irmãos Grimm. Também poderia falar sobre aventuras sexuais, mas, pra falar bem a verdade, esse assunto me cansa. Prefiro simplesmente praticar mais e falar menos.

Um bom assunto a ser abordado é como a mulher brasileira não atende as minhas expectativas emocionais, ainda que supra boa parte das penianas. Mas isso é um assunto deprimentemente maricas e me deprime ao lembrar que existe um país inteiro de suecas a ser explorado que está fora do meu alcance.

No fundo eu preciso de algo inovador, quente, mexicano e com muita tequila. Algo como uma Balada do Pistoleiro misturado com Friends e Encoraçado Potenkim (é assim? Ah, azar, que a sopa ferva e a tripulação se rebele).

Mas o quê?