maio 30, 2010

1984, George Orwell

Nineteen Eighty-Four Acredite ou não, nunca tinha lido 1984 até algumas semanas atrás quando comprei o livro no aeroporto de Estocolmo. Eu gostei pra caramba, mais do que A Revolução dos Bichos, ainda que seja bem claro o link anti-comunas-fedidos dos dois livros.

Acho que todo mundo sabe, mesmo quem não tenha lido 1984, que se passa em um possível futuro totalitário onde o Partido domina tudo. Inclusive é de onde o nome “Big Brother” se origina – acho que a essa altura do campeonato todo mundo também sabe disso, então, dá-lhe inutilidade! Eu realmente gostei da ambientação, especialmente o conceito dos ministérios, como o “Ministério da Paz” que na real era responsável pela guerra e os “telescreens” que são nada mais do que televisões (com capacidade de filmar e ouvir também) que nunca podem ser desligadas. Dá pra ver onde Alan Moore buscou inspiração pra escrever seu V de Vingança.

Ainda que eu tenha gostado mais de 1984 do que do Admirável Mundo Novo do Huxley, acho que quem “venceu” a batalha em prever o futuro foi o Huxley. Enquanto Orwell previu o totalitarismo absoluto através da privação, controle, dor, sofrimento, medo, guerra e, principalmente, poder absoluto de um Partido central, Huxley em contrapartida imaginou a humanidade escravizada por prazer, hedonismo, drogas, excesso de informação irrelevante, enfim, algo bem anos 2000 se tu olhar para Big Brother (o programa de TV), revistas de fofocas, Twitter, Youtube, fast food, cigarrinho do diabo, álcool, etc.

Métodos diferentes, efeitos semelhantes (e nisso tanto Huxley quanto Orwell acertaram): uma minoria privilegiada comanda, uns 20% estão na camada um pouco mais baixa, mas ainda assim bem legal e a massa tá mesmo e se ferrando, completamente alienada e imóvel.
Boa leitura, meio deprê no fim, mas uma ótima reflexão.